Wednesday, September 10, 2008

Still raining...

"Logo, o vazio deixado nas tardes quentes, da recordação dos encontros certos e sem avisos, das comemorações. Parece que o sonho faz cobertura ao tempo da chegada. Na partida, porém, esse mesmo sonho se desdobra numa emoção peculiar de não acolhermos direito. O dia marcado ou o “de repente parti” me remete ás manhãs em que os pardais se espantam com um bicho inédito em cima da árvore. Uma espécie de traição em que só se comprova as vítimas por não saberem ser outra coisa. Crime perfeito. E perfeito o amor imperfeito de Amigo porque, mesmo deixando de haver as datas, dura. Fica a lembrança de que outrora fomos aceitos, ainda que não houvesse aprovação, de que ficávamos á vontade como se estivéssemos em companhia de nós mesmos, do ensinar na mágoa a linguagem do perdão. E aquele diálogo de gestos que dispensam tese, literatura, filosofias, discursos. A prova da Amizade é a falta mesma de prova, porque nunca se traduz bem o dia-a-dia, embora triste e solitário pela partida."

“Tomo o maior cuidado de não entendê-lo. Sendo impossível entendê-lo, sei que se eu o entender é porque estou errando. Entender é a prova do erro. Entendê-lo não é o modo de vê-lo.”