Sunday, September 28, 2008

...

A incapacidade para se notar que até mesmo os estranhos tem semalhanças no íntimo, no pessoal, é atordoante.
De certa forma, é confortável saber que ao menos alguns estranhos são capazes de te entender.
''Mas como é que só em me olhar você me convence de que o céu é ali, logo à frente?
Como é que só em falar com esse jeito maduro você me desarma e eu me mostro imaturo? Rendido... inseguro....
Como é que eu te sigo no caminho de amigo, se no fim faltam as pernas e o teto do abrigo?
Ah! Menina! Moça, senta, esquenta tua sopa... deixa que eu enxugo a sua roupa.
E apanha o rodo, que eu arrasto esse choro para o fundo do poço.
Ah! Criança! Distante. Estende a mão que o brinquedo está ao seu alcance, no alto desta estante, te esperando pra brincar...
Vem! Entra e aceita. A mágica já está feita, pois com tanta incerteza, quanto mais se vira a mesa, mais te deixo me levar...''



texto escrito por um estranho amigo, Peixe.